Esconde-esconde
Aqui estou aqui parada, me perguntando o que fazer diante das imensas
possibilidades oferecidas por algumas horas de tempo livre. Ontem, às onze horas da noite a programação parecia perfeita e o tempo curto. Tantas coisas a fazer... Arrumar as jardineiras, desenhar, pintar, escrever, doar as roupas, ir ao cabeleireiro... A lista é infinita.
Mas, diante do breve momento sem obrigações, meu cérebro de se esvazia e me deixa sem ação. Vejo-me parada diante do banal. Nada parece atraente. Pendurar-me nas jardineiras, sujando as unhas encontrando toda sorte de insetos? Hoje, não. Afinal, está frio, vai chover... Ir ao cabeleireiro? E deixar de aproveitar um raro momento de paz e silêncio? Não faz sentido! E o que dizer da enorme bagunça que preciso fazer para pintar um quadro...
Então, em algum lugar da alma se instala a sensação dilacerada de promessa não cumprida. Pois, as piores traições são as que fazemos a nós mesmos. Não há nada mais cruel do que se determinar a parar de comer doce e sucumbir diante do primeiro tablete de chocolate. Do que se dizer com (pretensa) convicção que vai ligar para as amigas e para aquela tia solitária “amanhã” e de não ter a iniciativa de pegar o telefone. De estipular o dia de retomar a ginástica e simplesmente, fazer de conta que esqueceu. Não. Não há expectadores, ninguém julgando ou olhando, mas o meu próprio ser se sente enfraquecido.
Mas, diante do breve momento sem obrigações, meu cérebro de se esvazia e me deixa sem ação. Vejo-me parada diante do banal. Nada parece atraente. Pendurar-me nas jardineiras, sujando as unhas encontrando toda sorte de insetos? Hoje, não. Afinal, está frio, vai chover... Ir ao cabeleireiro? E deixar de aproveitar um raro momento de paz e silêncio? Não faz sentido! E o que dizer da enorme bagunça que preciso fazer para pintar um quadro...
Então, em algum lugar da alma se instala a sensação dilacerada de promessa não cumprida. Pois, as piores traições são as que fazemos a nós mesmos. Não há nada mais cruel do que se determinar a parar de comer doce e sucumbir diante do primeiro tablete de chocolate. Do que se dizer com (pretensa) convicção que vai ligar para as amigas e para aquela tia solitária “amanhã” e de não ter a iniciativa de pegar o telefone. De estipular o dia de retomar a ginástica e simplesmente, fazer de conta que esqueceu. Não. Não há expectadores, ninguém julgando ou olhando, mas o meu próprio ser se sente enfraquecido.
De alguma forma, esqueço o que havia me dito e as pequenas boas resoluções
fogem do cérebro e se agregam em algum lugar, brincando de esconde-esconde. Não
desaparecem. Estão lá, zumbindo como um enxame de abelhas mal humoradas numa
linguagem incompreensível. Uma “semi-amnésia” perversa que me lembra o tempo
todo que estou em falta com alguma coisa já dita ou pensada.
Planejar e não
cumprir é esvaziar a sua capacidade de criar a realidade. Se pensei, decidi, que eu faça! Ou então, o melhor é agir livremente de acordo com a vontade do momento.
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