MEMÓRIAS DOS SENTIDOS
A luminosidade do amanhecer no inverno de São Paulo sempre me remete aos meses em que estudei em Londres. Eu saía de casa às 8 da manhã, mas o Sol estava sempre ausente. Sentia um tipo de angústia pela luz que faltava e sabia que por volta das 16 horas seria noite. É um alívio lembrar disso nas madrugadas brasileiras e ficar feliz, antevendo o céu azul e a claridade plena.
Essa lembranças não são pensamentos, são sensações. É como entrar numa máquina do tempo invisível e, em segundos, fazer uma viagem para algum momento da vida. Um resgate instantâneo, cheio de sabor e cheiros: o gosto dos bolinhos de chuva, a visão dos amores-perfeitos, o som da 5º de Beethoven, tudo impregnado de história e de sentido.
Pois na medida em que a vida avança vamos montando nosso próprio quebra-cabeça, constituído pelas experiências que escolhemos viver. Memórias espontâneas nos agraciam com esse vislumbre
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