sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Passando depressa



Começo esta postagem com uma declaração de total banalidade: "Como o tempo está passando rápido!" Pois é. No final de mais um ano, não dá para evitar o chavão. Frase padrão de elevadores, conversas em salas de espera ou de filas tem sempre uma receptividade entusiasmada. Comentamos convictos que o tempo, definitivamente, "passa cada vez mais rápido". Quem é que nunca ouviu isso? 
 
A verdade é que nos consolamos mutuamente dizendo que "ele voa". Andamos tão atarefados, cumprindo um sem número de tarefas que não sabemos mais aonde queremos chegar. E os eventos vão nos levando. O tempo está lá, indiferente, nos olhando passar.
Imputamos a ele a culpa por horas perdidas diante da televisão ou do computador e se é fato que passamos longos momentos no trânsito, somos os únicos responsáveis por nos desgarrarmos no emaranhado de pensamentos inúteis.

O que eu fiz hoje que mereça ser lembrado, ser amado ou ser comemorado? O que eu aprendi neste dia? E sobretudo, estou me tornando uma pessoa mais amorosa com o passar dos anos?

Existe um tempo sem tempo, dentro do mundo interno de cada um. Ele não tem idade, não requer preparação, pós-graduação, concurso público. É amigo do silêncio e da generosidade. Pode ser descortinado por uma simples pausa, quando nos permitimos respirar com calma, viver o presente. Esse ser interno nos lembra que a jornada pessoal está além do calendário e que temos a cada instante a possibilidade de recomeçar, de fazer diferente, de existir plenamente, de esquecer a passagem dos dias. O ponto de poder é o Agora e o Agora está sempre disponível.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Vontades

Vontade de pintar as paredes e colar sobre elas mandalas coloridas, de ir para a cozinha e fazer comida que nem bruxa prepara poção, misturando as ervas ao som de música indígena.
Vontade de atravessar a rua sem olhar para os lados, de mandar o mundo parar. Chega de pressa.
De caminhar descalça, de chupar pirulito. De fazer tudo o que quis e nunca fiz. Está em tempo. Conversar com passarinhos, arranhar os orgulhosos, abrir gaiolas, invadir os parques dançando, rir alucinadamente...
Vontade de tocar no contratempo, de andar na contramão, só para fazer diferente. Acordar os instintos, cutucar os vizinhos, espalhar as abelhas, espelhar os humores.
Na verdade, chega de escrever! Vou sair por aí. Já!
Se você gostou da ideia, vem comigo, pois a alegria da alma alimenta a vida!
Hoje

Quatro pessoas, três gerações, uma mesa vermelha. De lá, a visão do parque, adolescentes, crianças e cães. Faz sol. Fora e dentro de mim.
O tempo parou e fiz uma fotografia do momento. Ao meu lado, meus pais, presentes e vibrantes, capazes de avançar pela vida saltando sobre obstáculos como bons atletas e meu filho adolescente, descortinando no seu ritmo as muitas descobertas a fazer. Que privilégio estarmos aqui, juntos e risonhos, cada um com seu caminho particular, celebrando a leveza.
Hoje não há obrigações, relátorio, conta a pagar ou armário para arrumar.O tempo parou e percebi que sou feliz e pronto. Ponto. Que bom!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

LEMBRANÇAS


Lembro-me de uma pequena bolsa de couro vermelha que eu segurava orgulhosamente e de uma pequena boneca de lã que minha mãe fez para mim. Ela tinha miçangas amarelas nos pés à guisa de sapatos.
Lembro-me de um tabuleiro de xadrez de madeira que tinha uns dois centímetros de espessura. No seu interior ficavam as peças. Três delas haviam sido perdidas e foram substituídas por tampas de Cebion. Como eu não gostava realmente de jogar damas e acabei resignificando o tabuleiro que passou a ser o salão de baile de minhas bonecas. Ah, agora sim ele era perfeito.
Lembro-me de vestir a camisola de minha madrinha, de colocar seu colar na cabeça como se fosse um diadema e de me sentir a mais bela das princesas.
Lembro-me da minha avó de quem nem por um segundo duvidei do amor. Eu passava os dias com ela e a fazia desenhos que a representavam com um enorme vestido de rainha, cravejado de diamantes e de todas as pedra preciosas que eu pudesse imaginar.
Lembro-me de colecionar figurinhas, de ajudar a fazer pastel.
Lembro-me de dançar na sala de casa olhando minhas sombras projetadas na parede como um corpo de baile deslumbrante.
Lembro-me de um filme de ficção científica que me surpreendeu muito. O protagonista alterava a forma dos objetos ao pensar neles.
Que impressionante! Seria possível? Eu sempre achei que sim.
Lembro-me de um gatinho que cabia na minha mão de criança de 5 anos. Foi um encantamento sem fim. Por alguma razão desconhecida eu sempre me senti irmã dos felinos.
Lembro-me de tomar chuva, de sonhar acordada, de sofrer por antecipação e também de confiar. E de dançar, cantar, tocar e dançar, como se a vida fosse um imenso bailado.
Hoje sei que as lembranças enfeitam minha história, fazem parte da minha memória, mas não são a minha pessoa. Obviamente, o que sou vai muito além disso. Mas é agradável poder olhar para trás e ver o desenho na tapeçaria que bordei e encontrar flores no jardim. Há muito ainda para ser vivido. Que o arquivo de memórias futuras seja abundante e colorido. 

terça-feira, 5 de junho de 2012

Amigos revisitados

Vou confessar: durante algum tempo, tive preconceito, não me interessei, achei que era coisa de adolescente. Foi só recentemente que descobri as alegrias de reencontrar amigos através do mundo virtual. Uma viagem pelo tempo.
De repente, pessoas que moram em vários lugares do planeta (quem disse que ele era grande?) estão próximas novamente. É como abrir um presente poder estar em contato com uma amiga que hoje mora nos Emirados Árabes, outra no Canadá, outro nos Estados Unidos, sem falar das queridas pessoas  que estão na Itália.
Ah, o bom e velho Eisntein tinha razão quando falava dos indissociáveis espaço-tempo. Se o espaço diminuiu, o tempo ficou para lá de relativo.
Num piscar de olhos foram-se muitos anos. Rever  antigos companheiros e perceber o quanto cada um já caminhou é revelador! É também um alerta. A vida vai avançando sem sequer nos darmos conta. E é agora, no momento presente que podemos atuar.
Sendo assim, vale a pena se perguntar:
Os caminhos que eu estou trilhando são verdadeiramente aqueles que escolhi ou estou apenas me deixando levar pelo mar dos acontecimentos? Fiz escolhas conscientes ou acatei o que me foi determinado?
O poder de decisão está em nossas mãos  e podemos tomar o leme de nossa existência a cada instante. Que os amigos presenciais e virtuais sejam uma inspiração para que possamos ter uma vida plena e autêntica e para que possamos postar nossas fotos mais coloridas, aquelas que correspondem à vontade de nossa alma.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

              Dia das Mães. De todas as mães


Minha mãe sempre detestou homenagens e datas comemorativas e  o "Dia das Mães" entrava no pacote. A proximidade do dia desencadeava nela o mesmo sofrimento que eu sentiria diante de uma consulta no dentista para fazer canal. "O Dia das Mães está chegando... Não vejo a hora de acabar!" A família sofria unida, menos por solidariedade do que por falta de opção. Aprendemos a respeitar seu estilo e pronto. Quanto a mim, reivindico o meu direito de celebrar a condição de mãe.
O nascimento de meu filho modificou completamente minha vida. Graças a ele e aos desafios que me apresentou meus horizontes foram alargados. Sua vinda precipitou a chegada subsequente de minha cadela e de uma infinidade de plantas. Despertou meus talentos adormencidos de cozinheira e me fez descobrir reservas quase infinitas de compreensão. A espiritualidade mais madura surgiu como um complemento a essa trajetória.
Mas, diante da massacrante publicidade sobre essa data, como se sentem as mulheres que não têm filhos?
Ficam aqui algumas reflexões:
Somos todas mães de certa forma quando cuidamos dos outros. Haverá coisa mais maternal do que o cuidar? Damos colo a um amigo, ouvimos as dores de alguém que precisa desabafar, olhamos nos olhos do nosso animal de estimação e até conversamos com as plantas. Ficamos grávidas de um projeto e depois damos a luz através da sua realização. Em comum entre todas essas atividades há o interesse autêntico, o esquecer-se de si, o acreditar , o dedicar-se.
A relação afetiva vai além de qualquer estereótipo. É preciso saber amar e acolher e é preciso saber soltar. Seja você como for, se você olha para outro ser com luz nos seus olhos e transmite para ele sua confiança você o autoriza a voar. Você  Gera possibilidade. Talvez seja essa a mais elevada missão de uma mãe.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Friozinho

Sou uma criatura que ama o calor. Gosto de sair no verão, aproveitar o dia mais longo, usar roupas leves e coloridas. Nascer num país tropical foi uma ótima escolha!
No entanto, alguns dias de frio (talvez umas duas semanas, no máximo)  têm também o seu charme.
Hoje, por exemplo, foi um deles. Sol, muito sol, uma luminosidade resplandecente enfeitando tudo e um vento meio gelado obrigando a retirar do armário aquele casaco mais quentinho.
Vontade de caminhar pelas ruas aproveitando a luz e desafiando a temperatura. Hora de café quente e talvez um pedaço de chocolate para acompanhar. Um filme ao cair da tarde no sofá de casa com uma coberta e o amor do lado. Conversar e conversar- tempo de confissões... Olhar a cidade transformada pelo novo colorido do outono. Observar as pessoas andando mais próximas umas das outras, os namorados mais abraçados...Haverá melhor forma de se esquentar? Descobrir no fundo da gavetas écharpes et cachecóis coloridos e se enrolar neles, pois se há uma coisa que me desagrada é ver o mundo preto, cinza e marron! Mesmo nevando, há que se levantar uma cor, um vermelho, um laranja brandindo a bandeira da felicidade e do calor da alma.
Pois não importa o quanto o termômetro indique lá fora, é dentro do coração que devemos estar aquecidos e prontos para acolher quem estiver sentindo um friozinho. Pensando bem, que venha o inverno! E viva o aquecimento amoroso!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Quero festa!

Somos uma família que adora receber. Meu filho fica na maior excitação cada vez que vem alguém vem aqui em casa. É motivo para uma ansiedade furiosa e muita alegria.
Eu entendo perfeitamente: ter gente querida em casa é como encher o espaço de luz. A diferença entre meu filho e eu e o Renato é que nós fazemos as coisas acontecerem. Nossa "festa" começa bem antes do sábado e a preparação, embora trabalhosa, pode ser muito gostosa mesmo.
Eu explico. Temos que decidir o que vamos servir. E aí, tudo começa.
"E se estiver calor, acho que eles vão preferir cerveja ao invés de vinho... É bom ter de tudo! Antes do principal, vamos servir umas entradinhas... É. O canapé de camembert com damasco não pode faltar... Ah! E aquela mousse de gorgonzola? Puxa, é mesmo!" E a conversa vai desenrolando que nem um novelo sem fim. Pode parecer um horror para quem está de fora, mas para nós, está interessantíssima!!!
Aí, surge a primeira divisão de tarefas. Ao marido, cabem as compras, enquanto eu vou tratar de fazer algumas coisinhas saborosas. O principal é ter boa energia,  pensando que vai ficar muito bom, antecipando o prazer. 
Mas, se a comida é o assunto de casal a decoração da casa é meu departamento exclusivo. E cuido dele como o maior entusiasmo. Afinal, flores e  velas são coisas de menina!
Não dá para receber sem flores! Então, o bom mesmo é comprar flores em buquês e fazer os arranjos, ir compondo, de acordo com a fantasia do momento.  Depois de vê-los prontos espalhados pela casa eu sempre me pergunto, meio contrariada: como é que eu pude passar semanas sem ter a casa florida?
Acabou? Claro que não! Velas coloridas em recipientes bonitos  são o meu prazer mais recente. Acendê-las faz com que a casa ganhe um ar de festa. E se esses pequenos detalhes passam despercebidos no meio das risadas e das conversas, eles adicionam uma certa magia ao ambiente, algo que não é consciente, mas que fica no ar. É como se a casa dissesse: "Olhem, eu me vesti em homenagem a vocês!"
Aí, só falta o som do piano, alguém tocando, alguém cantando, os filhos se divertindo juntos, todo mundo à vontade sem pressa de ir embora.
No final da festa, mais um momento de casal: arrumar a bagunça conversando e comentando tudo o que aconteceu, sem se preocupar com a hora de deitar. Pois para nós, se o prazer começa antes, ele também continua além do final da reunião. É como diz uma amiga: "Tudo na vida dá trabalho. O importante é você escolher ter o trabalho que gosta." O importante é a vida parecer, pelo menos às vezes, uma festa! 

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Reciclando

Ah, essa ação perversa de guardar coisas, de se apegar a tudo, como se cada memória fosse de dissolver ao menor sopro. A sensação de que aquilo que angariei é o único conteúdo e que deve ser preservado. 
Quero jogar fora! Mas não dá para jogar tudo! Não agora, não de qualquer jeito. Resolvi que vou reciclar. Olhar para angústia e outros sentimentos inquietantes, que afinal, não são tão desconhecidos e medindo-as de alto a baixo separá-los, triá-los.
Há os casos sem esperança, os preconceitos e tristezas de longa data, que permanecem comigo apenas para criar infelicidade. São os orgânicos. Para eles, não há esperança.  Devem ir embora, se misturar com a terra, virar qualquer coisa, longe de mim.
Que tal pegar o meu perfeccionismo, duro como um metal e transformá-lo em arte, de preferência em uma criação alegre?

São papel todas as dores das quais posso falar, que deixam de ser minhas e passam a ser linhas... Uma transmutação fácil e ligeira, leve como um passe de mágica, de agilidade imperceptível, mas nem por isso menos impressionante.  
E quanto ao plástico, são as dúvidas, os medos, as memórias que merecem ser remodeladas e recriadas, com novas formas, afinal elas foram as formas do ser que eu era.

Não. Não se pode jogar fora todo um mar de existência, mas é sábio reciclar seus resíduos. E assim, após algum trabalho e nenhuma violência, eu estarei bem mais leve, mais limpa, pronta para novos vôos sem excesso de bagagem.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

 De repente

Após deliciosas férias, eis-me de retorno! Uma semana no nordeste revigora qualquer morto-vivo.
Nada como acordar e após um saboroso café da manhã ir caminhar na praia. Não há dúvida de que o mar tem propriedades curativas. E não só para o corpo. A alma se sente agradecida, as preocupações são lavadas, levadas embora com as ondas. Mas, isso não é novidade. Novidade é estar permanentemente agradecia.
De repente, o óbvio. De repente, me dou conta da maravilha que é estar vivo, da oportunidade de estar aqui-agora, do número de bençãos que recebemos a cada instante.
Insatisfação rima com falta de gratidão. Por que cargas d'água ficar reclamando daquele aspecto da vida que não está exatamente como eu imaginava? Por que não olhar todo o resto? Ao invés de se angustiar pelos 2 quilos em excesso, por que não parar e reverenciar, nem que seja  por um só instante, o corpo, templo da nossa alma, por vezes tão sobrecarregado?
De repente, começo a olhar para o lado e o agradecer não tem fim. Todas as pequenas coisas, que passavam desapercebidas, tornam-se fonte de alegria. O lugar onde moro, as pessoas com quem convivo, tantos companheiros nesta viagem única, o trabalho que faço, poder ver, poder andar, poder ouvir... A lista é infinita e o coração se enche de alegria. Estava tudo aqui, há tanto tempo, mas eu só olhava o que faltava. Como é que pude estar tão cega?
E de repente, quero ter mais pessoas ao meu lado, pessoas que partilhem comigo o prazer da vida.
E aí, embora não estejamos mais na praia, você quer caminhar comigo?

sábado, 7 de janeiro de 2012

Malas, como arrumá-las!!!!

Adoro viajar, mas sofro de angústia pré-mala. É isso mesmo. Ela me acomete quando penso que devo por uma infinidade de roupas, cremes, sapatos, acessórios, remédios e objetos em geral em um espaço estremamente restrito. Dentro da mala vai estar tudo com o que vou poder contar nos próximos 7 dias. Pior do que isso, sou responsável pela bagagem da família inteira.
O aspecto sádico da coisa é ouvir: "Leve apenas o estritamente necessário". Eu acho todo o conteúdo do meu armário estritamente necessário. Pois é.
Outro detalhe enlouquecedor é a pergunta (dentro do avião, é claro): Você pegou minha camisa polo azul, aquela que eu ganhei no ano passado... Bom, deixa para lá!
Melhor é pensar na praia, na água de coco, no descanso bem merecido e na diversão. Vou atacar as malas o mais rápido possível, tentar fazer as pazes com elas. Afinal, se eu vou para a praia, as únicas coisas verdadeiramente necessárias são as roupas de banho e um bom filtro solar. No resto, dá-se um jeito! Quem sabe um dia eu me torne uma pessoa desprendida e consiga fazer um mochilão para Machu-Pichu.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Sem pressa

Telefone tocando, e-mails urgentes, horário para buscar o filho na escola...
Ah, não! Hoje, não! Hoje é dia de viver sem pressa.
Fui passear no parque do Ibirapuera com meu pai e embora eu ache lindo ver tanta gente correndo, optamos por andar devagar reparando nas árvores, cada uma com sua personalidade, raízes de diversas formas, troncos com buracos no meio para abrigar corujas. Fico imaginando quantos bichinhos não moram lá dentro, naquela casa confortável, úmida e secreta, feita de madeira e banhada durante o dia dia pelo sol.
Em casa, à tarde, assisti a um filme com meu filho, comendo panqueca de sorvete. (Fala sério, é para matar de inveja!) Depois, tomada por um acesso de energia (e de culpa, por causa da panqueca de sorvete) fiz ginástica e abdominais. Enfim. para finalizar este dia glorioso, nada melhor do que ler na varanda cercada por plantas, acompanhada pela minha doce "cã", com direito a uma linda vista e a um pôr do sol de tirar o fôlego.
Neste mundo informatizado, cada vez mais rápido e exigente, estamos quase sempre ansiosos, antecipando, cumprindo e respondendo a mil e uma demandas. Como é bom recuperar a saúde dando-se o direito de viver no seu rítmo, permitindo-se pequenos prazeres e percebendo o dia transcorrer, sentindo-se simplesmente existir! E a tal felicidade, que às vezes colocamos tão longe, se apresenta sorridente e divertida diante do meu deslumbramento, como que dizendo: "Eu sempre estive aqui, mas você estava tão apressada..."

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ano Novo e Re-começos

Sempre amei o mês de janeiro. Eram as grandes férias, o tempo do sol, da piscina, da falta de horário, vida sem escola, sem compromissos e lições. Nada pode ser mais maravilhoso! De repente, depois de meses de esforço ininterrupto, a alforria! Liberdade, infinitas possibilidades de aproveitamento do tempo, e a deliciosa sensação de poder não fazer nada, estritamente nada.Tudo lindo, quente e  colorido.
O tempo da escola já vai longe, mas o bem-estar de janeiro permanece. E ainda que eu tenha algum trabalho ele me parece mais leve.  Há um sentimento gentil de renovação. Agora, todas as portas estão abertas. Tudo bem. Vou passar. Obrigada.
E no entanto, são as mesmas pessoas, a mesma rotina, os mesmos problemas. Eles continuam lá. Bem, não exatamente os mesmos.  Há um cheiro de novo no ar, o velho vem temperado com canela e gengibre, o vento quente leva longe as preocupações e o ar morno traz a confiança de que tudo vai dar certo. Agora, porque eu quero, posso fazer diferente. Posso apostar em mim e em meus sonhos, posso acreditar e caminhar a cada dia para cumprir minha mandala. Assim é: janeiro novo de um ano novo. Com ele eu reafirmo a vontade de viver. Viver plenamente.